21/01/2013

No fundo do baú


Ainda não tenho coragem de jogar a nossa foto fora. Guardo-a em uma caixinha, debaixo de diversas outras fotos e cartas, bem lá em baixo para nem lembrar que ela existe. Deixo-a lá no fundo para saber que isto já não me pertence mais. Jogá-la fora seria como deletar todos os nossos momentos, desejos, medos, ambições e o nosso amor (mesmo que não fosse o mesmo tipo). Não é isso que eu quero. 
Ás vezes me deparo pensando em ti. Imaginando como seria se estivéssemos juntos hoje em dia. O 'se' vai morrer comigo. Pego a foto, passo os dedos em cima das covinhas do teu rosto, do teu sorriso, do teu cabelo... Não adianta, não é a mesma coisa. 
A vontade de chorar me consome. Deito em minha em minha cama e relembro de quantas e quantas vezes repeti este ato pelo fato de tua ausência. É um sentimento que me corrói, que me ocupa. 
Tu eras a minha bengala, o meu chão. Agora caminho com os meus próprios pés, e até que isso é bom.

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