27/02/2013

A mesma pauta


Talvez fique ‘muito na cara’ o que direi, mas estou nervosa. Muito nervosa. Voltastes sem aviso prévio. Logo agora que tudo estava tão bem definido e firme. Julguei de imediato que isso era coisa do inimigo. Vade retro! É tentação?! Pois eu não caio. Meu coração pulou do peito, o nervosismo me tomou conta. Não conseguia processar direito o que estava acontecendo. Só pensava ‘Ele voltou! Ele está aqui.’ Queria fugir, queria achar uma alternativa para aquilo, mas não consegui. Ficamos lado a lado. Não pronunciastes uma única palavra comigo e nem eu contigo. Assim ficamos durante quase meia hora, mas o tempo parecia durar uma eternidade. 

Não queria esta situação. Senti que estava pagando todos os meus pecados. Meio difícil de entender, né? Pareço estar feliz com teu retorno, e ao mesmo tempo sentindo medo, angústia e até raiva. Vi tua expressão. Parecias bem normal, a não ser por um único momento que senti algo diferente. Não sei se era raiva por não nos falarmos ou se era pura amostração.Fiquei (e continuo) em dúvida, mas acho melhor nem saber... algumas coisas são melhores quando não ditas. Até porque, as duas opções não me seriam bem aceitas. 

Tudo que nós dois vivemos é na base do impulso. Só eu tomo as atitudes sensatas e pareço (na verdade, sou) careta demais. Já disse que não sei pular em um ‘buraco’ que não conheço a profundidade. Tenho medo disto. Sei que já podes estar ‘em outra’, como dizem por aí. Que seja! Melhor assim, melhor pra mim (pelo menos teoricamente). 
Ainda não tenho certeza se isto foi um retorno definitivo ou se foi apenas algo passageiro, só sei que teu tema já está batido em meu jornal.

(Diário de Clarissa)

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